O plano diretor é o “instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana” (§ 1º do art. 182), sendo que a política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. O plano diretor funciona como articulador das políticas públicas relacionadas com ordenamento territorial, especialmente, de habitação e regularização fundiária, saneamento ambiental, transporte e mobilidade, bem como proteção e defesa civil.

Em 2001, com o advento do Estatuto da Cidade, Lei Federal nº 10.257, que regulamenta a Política Urbana instituída na Constituição Federal, foram desencadeados processos de elaboração de planos diretores municipais por todo o país, seguindo a premissa da participação e controle da sociedade civil em todas as suas fases, desde a elaboração pelo Poder Executivo Municipal até a tramitação do respectivo projeto de lei na Câmara.

Em 2006, a Granfpolis criou a Assessoria de Planejamento Urbano e lançou o Programa/Granfpolis: Plano Feito em Casa: Plano Diretor Participativo: o Município é que faz!, para elaboração dos planos diretores participativos de treze municípios associados: Águas Mornas, Alfredo Wagner, Angelina, Anitápolis, Canelinha, Governador Celso Ramos, Leoberto Leal, Major Gercino, Nova Trento, Rancho Queimado, São Bonifácio, São João Batista, Tijucas.

O método aplicado nos treze planos foi adaptado a partir da proposta de Plano Diretor para São José elaborado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) entre 2002 e 2004, a qual foi uma das primeiras experiências de planejamento urbano municipal em Santa Catarina após o Estatuto da Cidade. Além disso, para o Programa Plano Feito em Casa, foi desenvolvido projeto de extensão na UFSC, financiado pelo CNPq, para indução e fortalecimento do planejamento territorial participativo, em que técnicos atuantes no Plano de São José de 2004 contribuíram em planos diretores da Granfpolis.

Em setembro de 2014, foi celebrado convênio entre a Prefeitura de São José e a Granfpolis para a reelaboração do Plano Diretor Participativo de São José (PDP-SJ). Na ocasião, constituiu-se equipe especialmente voltada para conduzir e executar o processo, incluindo parte dos profissionais que trabalharam na proposta de 2004. O PDP-SJ despertou o interesse de diversos agentes públicos e privados, sendo apresentado em eventos, e reconhecido como referência, especialmente, devido ao processo participativo, à incorporação do PLAMUS e das Cartas Geotécnicas de Aptidão à Urbanização. 

Desde novembro de 2017, o Município de Santo Amaro da Imperatriz tem elaborado seu Plano Diretor Participativo com base no método aplicado em São José, sob a orientação da Assessoria de Planejamento Urbano.

Considerando que o Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257/2001, art. 40, § 3º) determina que a lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada dez anos, desde o início de 2018, estão sendo promovidas ações coletivas para orientar e capacitar técnicos e gestores municipais visando a condução de seus respectivos processos de revisão de planos diretores participativos.