Cerca de 4.500 pessoas, entre Prefeitos, Vice-prefeitos, Secretários Municipais e Vereadores, participaram da XIX Marcha em Defesa dos Municípios, encerrada na última quinta-feira (12), em Brasília, com o tema Desafios do Final do Mandato.
Esta edição da Marcha, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), organizadora do evento, foi a que registrou a participação do maior número de prefeitos.
Mesmo com a apreciação pelo Senado da admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff e da consequente mudança de governo, a realização da Marcha foi considerada positiva em sua proposta de ser um evento para demonstração de força e união dos prefeitos pela melhoria da situação dos Municípios.
O presidente da Associação dos Municípios da Região da Grande Florianópolis, Evandro João dos Santos, prefeito de Paulo Lopes, elogiou a organização da Marcha que, segundo ele, tem trazido importantes conquistas para os municípios. Além disso, disse, “os prefeitos em final de mandato receberam importantes orientações para que consigam encerrar as contas sem problemas e deixar aos seus sucessores resultados positivos”.
Para Pedro Francisco Garcia, prefeito de Águas Mornas, esta foi uma das mais importantes edições da Marcha em Defesa dos Municípios. “No meu caso, em fim de mandato, o evento foi de extrema importância porque me deu conhecimento para que não tenhamos dor de cabeça ao sair da Prefeitura”, registrou.
Paulo Sérgio de Araújo, prefeito de Garopaba, “esta Marcha foi especial pela dificuldade porque passam os Municípios. Todos os Municípios do Brasil estão em dificuldades para fechar suas metas e, portanto, é importante estarmos aqui trazendo nossas reivindicações, nosso sofrimento, e através da FECAM e da CNM buscarmos soluções. Somos nós que realmente temos que vir aqui para trazermos as reivindicações”, concluiu.
Laurino Peters, prefeito de São Bonifácio, disse que a Marcha sempre é válida e, agora, em especial, porque os Municípios brasileiros não aguentam mais tamanha crise. “Precisamos buscar novas soluções para os problemas do dia a dia que enfrentamos em nossas cidades. No caso dos deputados, eles deveriam saber como votar. A população bate à porta do prefeito e não na porta do governador ou do presidente da República. Somos sacrificados lá na ponta por termos menos recursos uma vez que há concentração dos recursos em Brasília”, desabafou.
O prefeito de Major Gercino, João José David, disse que “apesar de estarmos vivendo este momento conturbado da política brasileira, foi mais uma Marcha de sucesso, já que é um movimento reivindicatório e não político”. A edição deste ano, destacou, vem provar a sua importância e buscar melhores condições para os Municípios que estão carentes. É muito importante que estes eventos continuem a ser realizados porque é desta forma que se reivindica, se pressiona as autoridades federais para que olhem com mais carinho para os Municípios”.
Também Gian Francesco Voltolini, prefeito de Nova Trento, registrou que “a Marcha, como sempre, é importante para os municípios, quando viemos expor as nossas dificuldades. A CNM foi muito eficiente no trabalho desenvolvido. Trabalhamos para minimizar a crise vivenciada pelos Municípios. Temos esperança de obtermos alguns resultados positivos com a votação da Pauta Municipalista pelo Congresso Nacional. Temos que vir para a Marcha para fazer pressão junto ao governo para que as coisas aconteçam melhor para os municípios”, reforçou.
Naudir Antônio Schmitz, prefeito de Alfredo Wagner, concorda que “mesmo neste momento de transição do governo federal é importante reforçar o trabalho que a CNM vem realizando, virmos aqui e darmos a nossa contribuição para, juntos, dizermos que o Brasil é a nossa Nação, mas que é nos Municípios onde estão as pessoas e precisamos mais recursos para atender as populações”.
Miguel Augusto Faraco, diretor Executivo da GRANFPOLIS, que participou de todas as edições das Marchas e Mobilizações em Defesa dos Municípios, enalteceu o fato da XIX edição ter sido a que registrou o maior número de prefeitos. Segundo Faraco, “em que pese o momento difícil, foram feitos importantes encaminhamentos de prioridades junto ao Congresso Nacional que promete dar prioridade a Pauta Municipalista. Sem a união de todos os Municípios sempre ficarão nesta dependência do governo federal. A situação é difícil em razão da queda da arrecadação, pela estagnação da economia e pelos problemas advindos do descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, exatamente pela queda na arrecadação e os índices de comprometimento com a folha de pagamento aumentando.
O Diretor da GRANFPOLIS reforça que “aos prefeitos resta muita cautela e muita economia. A Associação tem oferecido esta orientação aos prefeitos que devem buscar o equilíbrio das contas até o final do ano”.