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Demógrafo Paulo Campanário apresenta projeções demográficas

Seminário debate o futuro de São José e região a partir de projeções demográficas

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Estudos apontam que a população do município deve atingir seu máximo em 2045 

A população de São José que hoje é de cerca de 230 mil habitantes vai continuar crescendo em ritmo menos acelerado até atingir seu número máximo, aproximadamente 330 mil, em 2045. Numa perspectiva de maior prazo, mantidas as tendências explicitadas no estudo, o número de habitantes passará a decrescer, chegando ao número equivalente ao atual em 2100. Esta é uma tendência nacional e atingirá em maior ou menor prazo todos os municípios brasileiros, em grande parte devido à queda acentuada da taxa de fecundidade. Dados como estes, que devem nortear ações dos agentes públicos e privados, foram apresentados no 1º Seminário de Planejamento Urbano – Desafios frente à nova dinâmica demográfica: O caso de São José, realizado nesta quarta-feira (8), numa promoção da Associação dos Municípios da Região da Grande Florianópolis – Granfpolis e apoio da Prefeitura de São José.

Os dados confirmam que atualmente Florianópolis é o município da região com maior crescimento populacional, seguido por São José, Palhoça e Biguaçu. Conforme a projeção apontada pelo demógrafo Paulo Campanário, autor do estudo apresentado no Seminário, a população destes quatro municípios atingirá cerca de 1,4 milhões habitantes em 2040, enquanto a projeção do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis (PLAMUS) aponta valor similar, em torno de 1,25 milhões.

O evento realizado no auditório da Granfpolis foi aberto pelo presidente da Associação e prefeito de Canelinha, Antônio Silva, e pela prefeita de São José, Adeliana Dal Pont. Na mesa de autoridades também estiveram o conselheiro substituto do Tribunal de Contas do estado, Gerson dos Santos Sicca, representando o presidente do TCE, conselheiro Luiz Roberto Herbst; o vereador Sanderson de Jesus, representando a Câmara Municipal de São José, e o engenheiro Cássio Taniguchi, superintendente da Região Metropolitana, também palestrante do Seminário.

O demógrafo Paulo Campanário, coautor do Estudo de Projeção Demográfica para São José entre 2010 e 2050, destacou o envelhecimento da população: a idade média, que era de 24,3 anos em 1980, passou a 33,4 em 2010 e chegará a 45 anos em 2050. Ao mesmo tempo, salientou que a esperança de vida ao nascer nos anos 80 era de aproximadamente 68 anos e poderá atingir 80 anos em 2050.

Nas próximas décadas, o aumento do número de idosos será perceptível, chegando, em 2050, a quase três vezes o percentual registrado pelo Censo do IBGE em 2010. Enquanto isso, a população jovem abaixo de 14 anos que em 2010 representava 20% da população passará, em 2050, a pouco mais de 10%.

Segundo Campanário, a migração é outro fator considerável na Região. “Cerca de 10 mil pessoas chegaram em São José em cada quinquênio”, disse. Este número pode oscilar chegando a 15 mil, tendendo a diminuir a partir de 2020.

O arquiteto e urbanista Edson Cattoni, coordenador técnico da Reelaboração do Plano Diretor Participativo de São José, falou da importância destes dados para as decisões sobre o planejamento da cidade neste momento.

Cattoni chamou atenção para a necessidade de reconsiderar o atual modelo de ocupação do território: disperso, desconexo, descontínuo e desigual. “Até 25 habitantes por hectare já somam 44% do território do município de São José e entre 25 a 50 habitantes por hectare somam 18%”, destacou. Ou seja, 62% da área ocupada do município não alcança critério mínimo estabelecido por lei federal que define o que é área urbana consolidada.

Cássio Taniguchi, superintendente da Região Metropolitana da Grande Florianópolis, enfatizou a articulação entre o uso do solo, o sistema viário e o transporte público como indispensável para o planejamento adequado das cidades. Mencionou ainda o uso misto e a cidade compacta como conceitos que promovem uma cidade mais eficiente.

Taniguchi que foi prefeito de Curitiba e ocupou vários cargos municipais, estaduais e federais na área de planejamento urbano, citou como exemplo as soluções encontradas em Curitiba na área de transporte urbano. ”A ligação interbairros adotada lá foi barata, positiva e acabou desenvolvendo outras regiões do município”, destacou.

Ao ser questionado sobre a necessidade e a importância da continuidade do planejamento ao longo do tempo, Taniguchi aponta o Observatório da Mobilidade, que está sendo constituído na Universidade Federal de Santa Catarina, como parceiro em potencial para apoiar o planejamento metropolitano e local.

O engenheiro Guilherme Medeiros, coordenador técnico do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis, chamou a atenção para o papel de São José como potencial centralidade metropolitana, devido a sua inegável posição estratégica na Região. Para ele, “é preciso ordenar esta porta  de entrada do núcleo metropolitano e abastece-lo de infraestrutura, como, por exemplo, a construção de terminal rodoviário”. Medeiros também lançou o desafio para que os municípios integrem seus Planos Diretores aos Planos de Mobilidade Urbana.

No fechamento do 1º Seminário, o arquiteto Cattoni sintetizou a importância do evento deste dia e explicitou o empenho em articular os trabalhos em diferentes escalas, que vem ocorrendo desde o início do processo do Plano Diretor, ao reunir o Coordenador do PLAMUS pela SC Par, o Superintendente da Região Metropolitana e o Coordenador Técnico do Plano Diretor Participativo de São José em uma mesa de debates, com a participação da prefeita Adeliana e seus secretários até o encerramento das discussões.