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Granfpolis, CIM e GEF Biogás Brasil lançam rotas tecnológicas para o  tratamento de resíduos sólidos urbanos

Entre coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos urbanos, os 22 municípios da Grande Florianópolis gastam 1 bilhão de reais por ano.  Considerando que em 5 anos o valor chega a 5 bilhões, seria possível garantir a destinação correta, por meio de tecnologias avançadas, com ganhos importantes ao meio ambiente e a economia da região. Atualmente são produzidas e recolhidas 1.416 toneladas de resíduos por dia.

A Associação dos Municípios da Região da Grande Florianópolis (Granfpolis), o Consórcio Multifinalitário (CIM-Granfpolis), em parceria com o projeto GEF Biogás Brasil, apresentaram cinco rotas tecnológicas otimizadas para o tratamento dos resíduos sólidos urbanos (RSU) gerados na região. O projeto GEF Biogás Brasil é liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e conta com o CIBiogás como principal entidade executora.

Participaram do lançamento Gustavo de Lima Ramos, assessor da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Formação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação;  Rafael Silva Menezes, coordenador geral de Tecnologias Setoriais da Setec – MCTI e coordenador do Projeto GEF Biogás Brasil; Bruno Casagrande Neves, especialista em Gestão de projetos da UNIDO pelo projeto GEF Biogás Brasil; Tiago Quintela Giuliani, especialista em Políticas Nacionais da UNIDO pelo projeto; Alaim Silva de Paula, especialista em Gestão de RSU da UNIDO pelo  projeto; Carlos Bastos Abraham, presidente do SENGE-SC; Valmir Antunes da Silva, presidente do Comdes; Salomão Mattos Sobrinho, presidente da Associação FloripAmanhã;Mônica Luma, professora do Departamento de Engenharia de Produção da UFSC; José Luiz Picolli, presidente do Selur, Fernanda Vanhoni, vice-presidente do CREA-SC; Dorival dos Santos, presidente da Associação Nacional dos Catadores, além de representantes da Mútua, Sebrae, ACIF, IMA, secretarias municipais, entre outras.

As rotas tecnológicas foram avaliadas por meio de critérios técnicos, econômicos, ambientais e sociais. A análise foi realizada por meio de ferramenta digital inovadora desenvolvida e lançada por meio dessa parceria. O processamento dos dados da região resultou em rotas tecnológicas e recomendações especializadas para que todos os municípios  contem com informações qualificadas e atualizadas para a implementação de uma gestão de RSU mais sustentável e eficiente.

Entre as milhares de estimativas possíveis para os 22 municípios, a equipe técnica do projeto destacou as três melhores combinações indicadas pela ferramenta. Dessas combinações, foram agregados arranjos centralizados e descentralizados para o transporte e tratamento dos resíduos da região.

O diretor executivo da Granfpolis, engenheiro Marius Bagnati, destaca que estes estudos vêm sendo realizados há 2 anos, com levantamento de informações em todos os 22 municípios sobre os seus sistemas de coleta, destinação dos seus resíduos e os custos envolvidos nos processos, tanto do serviço de coleta, como do serviço de transporte até o transbordo, no caso dos pequenos municípios, ou do transbordo em diante, no caso de Florianópolis, por exemplo.

Estes levantamentos, informa, partiram da necessidade de alimentar uma plataforma para calcular a melhor solução técnica e econômica para os resíduos de toda a região. 

Bruno Neves explicou o projeto GEF Biogás que, segundo ele, atua em conjunto com os atores locais, com uma governança sobre o tema. No caso do tratamento de resíduos sólidos tem focado na adoção do biogás e nas tecnologias de biodigestão em diversas aplicações. O objetivo deste trabalho em governança, enfatiza,  é permitir que sejam geradas  soluções de alto valor agregado, bastante contextualizadas com o território com possibilidades de geração de oportunidades e competitividade.

As soluções

Três soluções estão sendo apontadas: incineração, que é a mais cara de todas, e estaria descartada. Outra, refere-se aos sistemas de coleta, compostagem, geração de biogás e transformação do biogás em energia. E a parte do resíduo orgânico é transformada em adubo orgânico.A terceira solução diz respeito ao biogás transformado em CDR – combustível derivado do resíduo, que serve para queima em altos fornos. 

Tiago  Giuliani falou aos presentes que todo o trabalho desenvolvido pelo projeto liderado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, com apoio dos ministérios das Cidades, Meio Ambiente, Agricultura, seguiu os padrões e a legislação atual que determina não pode olhar o município de forma isolada, mas sim o arranjo regional que possibilita eficiência e eficácia muito maior no tratamento de resíduos. 

Ele apresentou detalhadamente as soluções que estão disponíveis no link: https://www.gefbiogas.org.br/uploads/3/9/7/3/39735692/resultados_granfpolis_junho_2024-3.pdf 

Apoio da iniciativa privada

As soluções também foram apresentadas à Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), no dia 27, em reunião da Câmara de Meio Ambiente. O objetivo foi estimular o empresariado a pensar em investimentos nesta área de resíduos, o que não é ainda uma tradição. 

Não havendo interesse das empresas, lideranças regionais deverão buscar a garantia dos recursos necessários junto ao governo federal. A partir do reaproveitamento do biogás, teríamos um investimento em torno de 1,13 bilhões de reais, disse Marius.

O nosso estado está livre de lixões desde 2010. Foi o primeiro estado brasileiro a tratar disso. “Mas, precisamos considerar, os aterros sanitários produzem CO2 e CH4, que são gases que comprometem as camadas de ozônio, que nos protegem. O aterro que atende a região, em Biguaçu, possui captação e queima de gás. No entanto, os aterros menores, por exemplo, São João Batista e São Bonifácio, não possuem captação de gás”, afirma.

Fotos: Raphael Makarenko / UNIDO