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Contra o Bullying, Prefeitura de São José e Univali firmam parceria em Educação

O termo de cooperação prevê a realização de cursos, palestras e assessoria especializada

A Secretaria de Educação de São José e a Universidade do Vale do Itajaí (Univali) firmaram um Termo de Cooperação Técnico-Científica sobre Direitos Humanos. A parceria inclui dois cursos de extensão de formação de professores em Educação em Direitos Humanos (EDH), no âmbito da Educação Básica; oficinas e palestras nas escolas, além da assessoria especializada em matéria de EDH que, neste semestre, terá como foco o Bullying.

As atividades nas unidades escolares estão sendo conduzidas pelo Observatório do Sistema Interamericano de Direitos Humanos (OSIDH), dentro do Projeto de Extensão vinculado ao Curso de Direito do campus da Univali no Kobrasol. Uma das primeiras ações foi realizada no Centro Educacional Municipal Maria Hortência Pereira Furtado, no Loteamento Santos Saraiva em Potecas

Com 238 alunos, a unidade foi contemplado com a oficina para estudantes dos 8ºs anos e do TAS – Anos Finais. As bolsistas da Univali Catiane Müller e Sabrina Cardoso abordaram o tema do Bullying, explicando como acontece, o que caracteriza o Bullying, que vai além das ofensas corriqueiras; e o respeito à diversidade. Para finalizar, os alunos participaram de uma dinâmica com o intuito de “quebrar aos poucos alguns paradigmas”.

Com o uso de crachás, os estudantes escolheram como gostariam de ser chamados, pelo nome ou apelido. “O nosso objetivo é levar a percepção do que é receber ou praticar o Bullying e de como as pessoas que, embora não o pratiquem, são coniventes com a ação. Buscamos estimular a reflexão sobre o que isso acarretará na vida de cada um e trazer para a consciência, de forma lúdica, o sentimento de que toda ação tem um peso, para que percebam o que pode e o que não pode acontecer no espaço escolar, criando regras para determinar o que é direito ou não”, explica Sabrina.

A diretora do CEM Maria Hortência, Alessandra Terezinha Crozeta, lembra que, como a escola é feita de pessoas, a questão dos direitos humanos é parte integral de todos os conteúdos. “Hoje, o Bullying é uma realidade em nossa escola, atingindo desde os pequenos até o 9º ano. A partir desta percepção, desenvolvemos projetos com temas sugeridos pelos próprios alunos e procuramos reafirmar em cada um o senso crítico, pois muitas vezes eles demoram a ter consciência de que estão cometendo ou recebendo atos de violência. E esse sofrimento gera muitos problemas emocionais. Neste sentido, essa parceria só reforça a importância do trabalho, sendo que a oficina vem ao encontro das nossas necessidades”, destaca Alessandra.

Para o professor da Univali, Roberto Wöhlke, é significativa a aproximação entre universidade e escola, com os professores, diretores e os estudantes das instituições municipais. “As alunas da Univali passaram por uma formação como agentes de EDH, que faz parte do projeto de extensão, sendo que hoje estão aplicando a oficina que contempla as temáticas estabelecidas pelos próprios professores da rede, que definiram como pauta para o semestre todas as perspectivas que envolvem o bullying e suas consequências. É uma experiência bacana, de interação para os alunos do ensino fundamental e muito positivo para os estudantes da graduação, essa proximidade com diversas realidades”, afirma Roberto.

A assessora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Kerle Machado, avalia a parceria com a universidade como positiva, no movimento e na dinâmica com os adolescentes que precisam muito ser ouvidos e orientados nos seus conflitos, próprios dessa faixa etária. “Nos últimos anos essa violência tem ficado cada vez mais evidente, sendo as escolas os ambientes em que esse tipo de ação mais aparece. Não há razão que leve uma pessoa a praticar o Bullying, quando se tem consciência do bem comum entre os seres. Diante disso, é muito importante a presença ativa das famílias, bem como a realização de ações, não importam quais, desde que estejam voltadas para a consciência do que isso pode causar na vida de um indivíduo”, assinala Kerle.

Já a oficina “Educação em Direitos Humanos”, ministrada pelos professores Rodrigo Mioto dos Santos e Tiago Benício Trentini, na Casa do Educador, foi dirigida aos professores dos Anos Iniciais. Nesta primeira etapa, foram contemplados os professores dos 2ºs, 3ºs e 4ºs anos.

Com quatro encontros presenciais e complementação de carga horária online, a formação para os integrantes do Setor Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação, especialistas e gestores das unidades escolares, o foco na reformulação do Projeto Político Pedagógico em Direitos Humanos, que está contemplado na BNCC – Base Nacional Comum Curricular, acena para a formação que inclui o respeito e a promoção aos Direitos Humanos, como também, o acolhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais.

A diretora de Ensino da Secretaria de Educação, Cláudia Regina Macário, destaca que é importante refletir sobre a pluralidade que compõem as salas de aula, com alunos de diferentes culturas, valores, conhecimentos, etnias, religiões, entre outros. “Estamos diante de um enorme desafio e a escola, por sua função social, é um instrumento poderoso de intervenções e pode promover na formação das novas gerações o compromisso com os princípios que sustentam os Direitos Humanos”, aponta.

 

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