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O Bicentenário de Caldas da Imperatriz

Ao desembarcar no Brasil, em março de 1808, após uma longa viagem cruzando o Oceano Atlântico, a família real portuguesa trouxe, em sua bagagem, um propósito que transformaria definitivamente a então colônia brasileira, descoberta três séculos antes, que até aquele momento ainda não se reconhecia como Nação. O Brasil tinha uma população que beirava os três milhões de habitantes, mais da metade eram negros e índios, mal distribuídos em regiões praticamente isoladas umas das outras, com idiomas e costumes próprios. Excetuando o fato de todos estarem sob o poder de uma única coroa, não existia um sentimento de unidade, cidadania e identidade.

Dom João VI, através de seu empreendedorismo na criação de importantes instituições como o Arquivo Real, a Real Biblioteca, o Erário Régio e Jardim Botânico, começou a orquestrar um projeto civilizatório de país, introduzindo novos hábitos culturais e, com isso, modificando radicalmente o perfil colonial brasileiro. O país saía do ostracismo intelectual que lhe fora atribuído quando servia apenas como uma zona de exploração e extração de riquezas, para consolidar o poder monárquico no Novo Mundo. Nesse projeto civilizatório, uma das peças foi a criação de uma estância termal aos moldes do que existia em Portugal como as famosas Caldas da Rainha, frequentadas pela coroa Portuguesa desde antes do ano 1500. Assim, em 1818, no mesmo ano em que D. João VI cria o Museu Nacional no Rio de Janeiro, é também criado através de um Decreto Régio, a primeira estância termal do país em Santa Catarina, as Caldas do Cubatão, que seriam regidas pelo estatuto das Caldas da Rainha em Portugal.

Com o advento do Império Brasileiro e com a visita da Família Imperial Brasileira em 1845, as Caldas do Cubatão se tornaram as Caldas da Imperatriz, numa apologia clara ao balneário português de Caldas da Rainha. Hoje, no apogeu dos seus duzentos anos, o casarão ali construído para abrigar um Hospital Termal, continua atraindo pessoas de todas as partes do mundo em busca dos efeitos curativos de suas águas termais, consideradas uma das melhores do mundo em propriedades terapêuticas, motivo de orgulho para todos os brasileiros.

No dia 18 de março de 2018, Santo Amaro da Imperatriz, o Estado de Santa Catarina e todo o País celebram o bicentenário de sua mais antiga Estância Termal, as Caldas da Imperatriz, resgatando laços históricos com Caldas da Rainha em Portugal através da presença de autoridades daquele município português.

Entenda a relação das Águas Termais de Portugal com o Brasil

A família real portuguesa veio para o Brasil em 1808. A fim de continuar seu costume em se tratar com águas termomedicinais, a realeza buscava encontrar essas águas em terras brasileiras. Dom João VI foi informado que as águas da antiga Caldas do Rio Cubatão eram curativas e, em 18 de março de 1818, instituiu a construção do 1o hospital termal brasileiro a partir do modelo de Caldas da Rainha/Portugal, que data de 1448. O nome Caldas da Imperatriz se deu com a visita real, em 1845, ao hospital termal. A troca do nome foi uma homenagem à Imperatriz Tereza Cristina, que em agradecimento presentou a estância termal com banheiras de mármore de Carrara vindas da Itália. A homenagem à Imperatriz foi uma alusão à homenagem dada à Rainha Eleonora em Caldas da Rainha/Portugal. As banheiras de mármore de Carrara foram presentes da Imperatriz para o hospital termal, e vieram da Itália.

A Banheira como presente

Caldas da Rainha- Portugal em celebração ao bicentenário de criação de Caldas da Imperatriz, está presenteando o município de Santo Amaro da Imperatriz com uma histórica banheira de pedra com 700kg que pertenceu ao mais antigo hospital termal do mundo com mais de 500 anos, o Hospital Rainha D. Leonor, local que serviu de inspiração para criação de um Hospital termal no Brasil.  Tal presente faz alusão ao presente da Imperatriz Tereza Cristina em 1845, que após conhecer as águas quentes de Caldas da Imperatriz, enviou para o hospital termal ali recém construído, 6 banheiras de mármore vindas da Europa, banheiras que ainda hoje são utilizadas por hóspedes de todo o mundo que chegam nas Caldas da Imperatriz.

A banheira vinda de Portugal se tornará um monumento permanente no Balneário termal de Caldas da Imperatriz.

Programação:

Pré-evento: 12, 13 e 14/03 – Exposição Itinerante nas Escolas:  Caldas da Imperatriz 200 anos pelo fotografo Ruy Luiz Machado.

– Dia 15/03 – Chegada das comitivas de Caldas da Rainha-Portugal e Poços de Caldas – Minas Gerais.

19:00h: Sessão especial alusiva aos 200 anos de Caldas da Imperatriz na Câmara Municipal de Santo Amaro da Imperatriz.

19:00h: Abertura da Exposição Caldas da Imperatriz 200 anos por Ruy Luiz Machado, Câmara Municipal de Santo Amaro da Imperatriz.  

– Dia 17/03 – 09:00 às 12:00h – 1º Fórum científico sobre Termalismo Caldas da Imperatriz – Plaza Caldas da Imperatriz.

14:00h – Visita Guiada no balneário Termal de Caldas da Imperatriz.

– Dia 18/03 – 10:00h – Cerimônia em comemoração aos 200 anos de fundação de Caldas da Imperatriz com a presença do Prefeito de Caldas da Rainha-Portugal. Local:  Balneário Termal, em frente ao Hotel Caldas da Imperatriz.

– Fechamento da Cápsula do tempo dos 200 anos de Caldas da Imperatriz, com abertura prevista para as comemorações dos 250 anos do balneário em 2068.

Comunicação Prefeitura Municipal de Santo Amaro da Imperatriz