Prefeitos, secretários e agentes de saúde dos municípios da Grande Florianópolis participaram nesta terça-feira (8) de reunião de mobilização contra o mosquito Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, da febre chinkingunya e do zika vírus, causador da microcefalia.
O encontro foi realizado em São José e contou com a presença do governador Raimundo Colombo, do vice-governador, Eduardo Pinho Moreira, e do secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinübing. Na ocasião foi anunciado um aporte suplementar de R$ 1,7 milhão aos municípios considerados prioritários no combate ao mosquito Aedes aegypti – valor semelhante já havia sido disponibilizado ao mesmo grupo de cidades em agosto deste ano. No próximo sábado, dia 12, também será realizado o dia da faxina em diversos municípios catarinenses.
O presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), o prefeito de Chapecó, José Caramori, participou do evento e disse que “a mobilização é importante para evitar a proliferação. “É um mal que está assolando o país. Parabenizamos o trabalho que está sendo feito pelo Estado e somos parceiros. Só vamos vencer se todos lutarmos juntos, poder público e sociedade”.
O governador disse que “precisamos nos unir e trabalhar com maior firmeza e dedicação. É uma questão de saúde pública. É uma responsabilidade de todos, mas cabe ao poder público agir de forma organizada, orientando e dando as condições de trabalho, e é exatamente o que estamos fazendo aqui. Nós vamos dar todas as condições para combater de forma efetiva, eficiente e proteger as pessoas. Estamos fazendo um forte apelo de integração, de prioridade. Precisamos de um trabalho conjunto e permanente para que possamos ser eficientes no combate à dengue”.
O vice-governador destacou que a mobilização é extremamente necessária para que o Estado possa enfrentar e vencer esse desafio grave que o Brasil vivencia. “É necessária a união de todos. Já vencemos tantos desafios e vamos vencer mais esse”, afirmou Eduardo Pinho Moreira.
O secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinübing, explicou que a ideia é mobilizar todas as pessoas para avançar no combate ao mosquito, pois 80% dos focos estão nas casas. “Também estamos apresentando o fluxo de assistência para as grávidas e como vai funcionar o tratamento em Santa Catarina. Queremos dar o melhor atendimento possível. O importante é manter o Estado livre da circulação desse vírus e, para isso, é fundamental o controle do mosquito”, afirmou.
O superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde, Fabio Gaudenzi de Farias, disse que entre as ações no Estado está todo o suporte técnico de monitoramento nos municípios, com supervisões que a Secretaria da Saúde vai fazer em conjunto com as secretarias de Desenvolvimento Regional para apoiar os municípios na realização de ações de controle
Conforme a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), de 1º de janeiro a 1º de dezembro foram notificados 10.659 casos de dengue em Santa Catarina. Desses, 3.593 (34%) foram confirmados, 2.358 por critérios laboratoriais e 1.235 por clínico-epidemiológico; 6.178 foram descartados e 888 (8%) casos suspeitos estão em investigação. Do total de casos confirmados, 3.274, ou seja, 91% são de transmissão dentro do estado; 260 (7%) são de transmissão de fora de Santa Catarina e 59 (2%) estão em investigação.
Os casos confirmados até o momento dentro do estado tiveram como local provável de transmissão os municípios de Itajaí, Chapecó, Itapema, Joinville, Guaraciaba, São Miguel do Oeste, Balneário Camboriú, Bombinhas, Canoinhas, Cordilheira Alta, Corupá e Tubarão. Entre os com maiores incidências, destacam-se Itajaí, Itapema e Chapecó.
Kleinübing informou ainda que os agentes de combate à endemia vão visitar as casas e que é importante que a sociedade receba os agentes e ouça as orientações para limpar os seus terrenos e eliminar os focos. “Tivemos um verão com um volume grande de casos de dengue e precisamos trabalhar para que os números sejam menores neste próximo verão”, disse.
Saiba mais:
O Aedes aegypti
O mosquito transmissor do vírus da dengue, zika e chikungunya é o Aedes aegypti. Ele se caracteriza pelo tamanho pequeno, cor marrom médio e por nítida faixa curva branca de cada lado do toráx. Nas patas, apresenta listras brancas.
Quais os hábitos dele?
O Aedes Aegypti vive de 35 a 45 dias, alimenta-se, reproduz-se e põe ovos durante o dia. As fêmeas do mosquito picam as pessoas, pois precisam de sangue para amadurecerem os ovos. É nesse momento que pode ocorrer a transmissão das doenças, pois as fêmeas podem estar infectadas pelos vírus.
Ciclo de Reprodução
A fêmea deposita até 100 ovos nas paredes internas de recipientes que tenham ou que possam acumular água parada, onde podem durar até um ano e meio. Em contato com a água, os ovos desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às pupas. Delas, surge o adulto num ciclo de, aproximadamente, 7 dias.
Criadouros
O Aedes Aegypti tem como criadouros os mais variados recipientes que possam acumular água parada, domiciliares e peridomiciliares. Os mais comuns são pneus sem uso, latas, garrafas, pratos dos vasos de plantas, caixas d’água descobertas, calhas, piscinas e vasos sanitários sem uso. A fêmea do mosquito pode, também, depositar seus ovos nas paredes internas de bebedouros de animais e em ralos desativados, lajes e em plantas como as bromélias.
Orientação para evitar a proliferação do Aedes Aegypti:
• Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda
• Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo
• Mantenha lixeiras tampadas
• Deixe os tanques utilizados para armazenar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água
• Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água
• Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana
• Mantenha ralos fechados e desentupidos
• Lave com escova os potes de comida e de água dos animais, no mínimo uma vez por semana
• Retire a água acumulada em lajes
• Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em vasos sanitários pouco usados e mantenha a tampa sempre fechada
• Evite acumular entulho, pois podem se tornar criadouros do mosquito
Para mais informações, procure a Secretaria de Saúde do seu município.
* Com informações da Secretaria de Estado da Saúde